Desenvolvida por Ricardo Tiezzi, Michel Carvalho, Ana Pacheco e Natalia Piserni, a série dramática de romance sobre amadurecimento’Summer Heat'(título original:’Temporada de Verão’) parece calorosa e inspiradora. À medida que o calor do verão se espalha pelo idílio tropical do boêmio Maresias Hotel, a vida de sete jovens adultos chega a uma encruzilhada.

A série tem tendências de crescimento pessoal, conflitos de classe e lutas de gênero, e lida com questões sociais como invasão e gentrificação, tudo ligado ao seu espírito animado. Os escritores evocam personagens de sangue e carne, e os membros do elenco que os encarnam entregam performances brilhantes. No entanto, você pode se perguntar o quanto da novela brasileira original da Netflix realmente tem uma base realista. Se esse pensamento lhe ocorreu, vamos nos aprofundar mais.

O calor do verão é baseado em uma história real?

Não, o calor do verão não é baseado em uma história real. No entanto, a série trata de questões sociais e comportamentais familiares da vida de um adolescente, que soam universalmente. A série foi desenvolvida por uma vasta equipe de roteiristas liderada por Ricardo Tiezzi, Michel Carvalho, Ana Pacheco e Natalia Piserni. Sheila Bratti, Valentine Contreras, Fernanda Schauren e Fernanda Weinfeld tiveram a ideia original. Além disso, Andrea Simão e Andrea Midori são os roteiristas principais da série.

Se a história parece realista, é graças à vasta equipe de roteiristas, que colocou notável criatividade, pensamento e pesquisa para destacar os detalhes. A história gira em torno dos funcionários jovens adultos do Maresias Hotel, administrado por seu proprietário homônimo, Maresia, e sua esposa, Vilma. Você pode se perguntar se existe um hotel com o nome que você pode visitar. Adivinha só – acontece que existe um estabelecimento chamado Beach Hotel Maresias. Embora não haja nenhum na Ilha da Concha, existe um hotel turístico com o nome no município litorâneo e cidade de São Sebastião, em São Paulo.

A série é filmada em uma ilha a apenas 15 minutos’passeio de barco, mas isso pode muito bem ser uma coincidência. A Ilha das Conchas, cenário da série, também parece real – assim como a maioria dos outros marcadores geográficos utilizados na mostra, como Florianópolis. Ao refletirmos mais, percebemos que o realismo da série tem mais a ver com as tradições e o patrimônio da comunidade brasileira do que apenas um hotel. Propomos que bairros e comunidades icônicas do Brasil inspirem os nomes dos personagens do espetáculo. Consideremos o caráter de Maresia.

O atual hotel de São Sebastião, como sabemos, tem o nome de um bairro litorâneo da cidade. Mas o nome vem da brisa do mar que atinge a área – corajosa, humilde e justa, a personagem de Maresia com certeza tem um efeito refrescante no público. Da mesma forma, o nome de Conrado pode ser inspirado em São Conrado, o enclave à beira-mar no Rio de Janeiro, e o de Miguel, de São Miguel das Missões, o município histórico do Rio Grande do Sul. Helena pode vir de Santa Helena, o bairro do Maranhão, no nordeste brasileiro, enquanto a Ilha de Santa Catarina, no estado homônimo do Brasil, pode inspirar Catarina. No final, as excentricidades dos personagens os tornam realistas.

Helena assiste à Netflix, e alguns de vocês que devoram novelas podem ressoar com o personagem. Por outro lado, aqueles que ainda exploram suas identidades de gênero podem torcer por Conrado. Embora Yasmin tenha um lado rebelde, você pode simpatizar com sua vocalização de questões sociopolíticas, por mais ingênuas que possam parecer. Além disso, como os peixes grandes costumam ser os últimos a permanecer na lagoa, várias favelas subdesenvolvidas estão rapidamente se tornando sujeitas à gentrificação em todo o país. Portanto, considerando todos os aspectos, embora a série não afirme ter uma base de verdade, ela celebra o Brasil moderno com suas belezas e defeitos.

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